Steindór Andersen é um tipo interessantíssimo. Pescador e poeta da Islândia, decidiu recriar um estilo surgido no país no século xiv, quando da chegada dos colonizadores vickins na ilha. Esse estilo é o rímur - um estilo de canto poético, com os tradicionais (por lá) poemas épicos. Uma música cantada pelos pescadores, uma música vocal na sua origem, sem instrumentação. Por sete séculos o rímur (apresentado nas noites de verão) foi a grande forma de divertimendo e sociabilidade naquela ilha de gelo e vulcões. Claro que o tempo há muito vinha engolindo e dissolvendo este tão velho estilo, fazendo-o quase desaparecer, até que em 2001 o poeta-pescador decidiu gravar um disco chamado
Rímur e, inovando a tradição, contou com uma banda de apoio. A banda
Sigur Rós (seus amigos há muito) é a banda em questão e o disco em questão é de uma beleza rara, singular. Um disco suave e curto. Mas repleto de ondas geladas, de montanhas brancas e vento. E também baleias e fantasmas. Um disco repleto de magia e de passado. A poesia atravessando as notas musicais, a história como deleite, a melodia como esplendor suave. Um disco meritório de ser baixado e ouvido. Um disco meritório de se ter por perto, fazendo parte da vida. Senhoras e senhores: Steindór Andersen e Sigur Rós!
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